1 MÃE PEDE AJUDA PARA FILHO NÃO MORRER DE FOME E AINDA ESTA COM CANCER ~ ECIO CARLOS A SUA VOZ EM LUZIANIA

quarta-feira, 8 de abril de 2015

MÃE PEDE AJUDA PARA FILHO NÃO MORRER DE FOME E AINDA ESTA COM CANCER

Mãe pede ajuda para que homem de 30 kg com câncer não morra de fome
Ele precisa de suplemento que não está sendo fornecido pela rede pública.
Família conta com doações para que paciente sobreviva, em Jaraguá, GO.

Deusedir Ribeiro Cândido, 36, luta contra câncer há quatro anos (Foto: Fernanda Borges/G1)

A família de Deusedir Ribeiro Cândido, de 36 anos, que luta contra um câncer na garganta e pesa apenas 30 kg, teme que ele morra, pois está sem receber o suplemento alimentar prometido pela Secretaria Municipal de Saúde de Jaraguá, na região central de Goiás. O órgão garantiu que o fornecimento do leite especial, que é o único alimento do paciente, seria normalizado na segunda-feira (6), mas isso não ocorreu.

Como não pode se alimentar normalmente, o homem precisa tomar o suplemento para sobreviver, mas a família não tem condições de pagar o custo mensal de R$ 2 mil e tem contado com doações de moradores da cidade. "A situação dele é urgente, pois desse jeito vai morrer de fome", disse ao G1 a mãe do paciente, a dona de casa Antônia Ribeiro da Silva, 55 anos.

A Secretaria de Saúde de Jaraguá confirmou que houve um atraso na entrega do suplemento por problemas com uma distribuidora, que recebeu o pagamento e não fez o repasse do leite. No entanto, a secretaria ressaltou que uma remessa de suplementos deve ser entregue ainda nesta quarta-feira (8) na casa do paciente.
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Com câncer, homem que pesa 30 kg precisa de suplemento alimentar

A mãe de Deusedir conta que o filho, que também tem deficiência em um braço e uma perna, em decorrência de uma paralisia infantil, foi diagnosticado com câncer há quatro anos. De lá para cá, a doença se espalhou, atingindo também a região do pescoço e cabeça. "Ele sofria demais com dores e o início do tratamento foi complicado, pois ele recusava fazer a quimioterapia. Aí a situação foi se agravando e, há cerca de um ano, o médio instalou uma sonda para que ele possa ser alimentado, pois já não conseguia comer mais sozinho”, relatou Antônia.

Desde então, Deusedir passou a perder peso e precisou do suplemento alimentar. Cada caixa do leite especial custa R$ 68 e ele consome mais de uma por dia. Sendo assim, o gasto mensal é de cerca de R$ 2 mil, o que não cabe na renda familiar de apenas um salário mínimo, proveniente de uma pensão. Além disso, ele ainda toma medicamentos de alto custo que também não são fornecidos gratuitamente para o paciente.
Suplemento alimentar e remédios usados por
Deusedir (Foto: Fernanda Borges/G1)

Doações
“A Secretaria de Saúde nos ajuda com o transporte até o Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, onde ele faz o tratamento. Mas é só isso. Em dezembro do ano passado, eles nos deram 18 caixas de leite e só. De lá para cá, estamos nos virando com doações, pois paramos de receber o suplemento. O que temos dá para mais uns dois dias. Na secretaria me disseram que eu poderia recorrer à Justiça para garantir nossos direitos”, lamentou a mãe.

O clínico geral Sílvio Vidal, que acompanha o paciente, diz que sem o suplemento alimentar Deusedir pode enfraquecer ainda mais e não poderá fazer a quimioterapia. “Você vê a estrutura dele e é uma pessoa que não suporta 24 horas sem se alimentar. Já está uma situação drástica o caso dele”, afirmou.

A Secretaria de Saúde de Jaraguá negou a informação repassada pela mãe do paciente e garantiu que ele recebia ajuda com a alimentação e que tem documentos que comprovam o repasse do auxílio. No entanto, a pasta não forneceu cópias das documentações.

Dificuldades
Enquanto não recebe o suplemento, Deusedir conta com a ajuda de pessoas que se comovem com o caso. Ele passa o dia deitado em uma cama, onde as únicas distrações são uma televisão e papéis onde faz desenhos.
Foto antiga mostra Deusedir antes de ser
diagnosticado com câncer (Foto: Arquivo pessoal)

O eletricista Claudemir de Abreu, amigo da família, faz uma campanha para arrecadar fundos e doações. “Muita gente tem ajudado e, graças a elas, ele ainda não morreu. No último feriado, por exemplo, ele somou sete dias sem o leite especial e tomava apenas água de coco. Desesperada em ver o filho definhando, a mãe amassou bolachas e deu por meio da sonda. Porém, o equipamento entupiu e o Deusedir precisou ser socorrido às pressas. Como não tinha especialista em Jaraguá, ele foi levado para Goiânia. Imaginem como foi a situação de desespero”, relatou.

Segundo o eletricista, ao contrário do que afirma a Secretaria de Saúde de Jaraguá, a família não tem sido assistida. “Eles moram em uma casa popular e, além dos gastos com o suplemento e remédios, ainda precisam pagar as contas de água e luz. Neste mês essas contas já passam de R$ 300, pois tem uma atrasada, então eles não têm de onde tirar dinheiro. A mãe não pode trabalhar fora, pois o Deusedir depende de cuidados em tempo integral. O auxílio dado pela prefeitura é apenas o transporte, mas eles precisam fazer mais do que isso”, destacou.

Laudo médico
A mãe do paciente conta que foi até o Ministério Público na cidade para solicitar ajuda, mas a burocracia impediu que ela desse entrada com um processo. “Eles pediram uma série de documentos, incluindo um laudo médico, expedido em Goiânia, sobre a situação dele. Como a próxima consulta está marcada para o dia 10, não foi possível obter esse documento ainda e nada pode ser feito. O problema é que o caso dele é emergencial, pois não pode ficar sem se alimentar por dias. Precisa de ajuda imediata”, disse.

A mãe de Deusedir disse que já cansou de pedir ajuda para o filho. “Eu não tenho mais cara para ir até a prefeitura, ao Fórum, ao Ministério Público. Eu não tenho condições de pegá-lo aqui e sair recolhendo os documentos que eles pedem. Para sair com ele de casa, preciso de um transporte e, além disso, ele está debilitado demais. Sinceramente, já não sei mais o que fazer”, concluiu.

O G1 entrou em contato com o Ministério Público em Jaraguá para confirmar se um pedido de ajuda para o paciente chegou a ser protocolado, mas os responsáveis não foram localizados para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
Debilitado, Deusedir passa o dia em uma cama, onde faz desenhos e assiste

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